Lançado no dia 23 de novembro, em Recife-PE, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), reúne estudos e pesquisas do bioma nos últimos 25 anos. Com 367 páginas, o livro traz artigos de 28 pesquisadores de instituições de todo o Nordeste e órgãos nacionais. A obra consolida a possibilidade da economia racional proteger o meio ambiente.
A proteção parece o caminho lógico para preservar a caatinga - ecossistema exclusivamente brasileiro. Mas não é o único. Usar a vegetação de maneira equilibrada também é uma solução. E começa a ser a nova bandeira do MMA.
Num exemplo simplificado, a recomendação significa que um proprietário de terra deverá dividir o terreno para manter a vegetação se recuperando em um trecho enquanto a outra parte é cortada. Uma medida que também parece óbvia, mas foram necessários anos de estudos para identificar a viabilidade e o prazo de 15 anos como ideal entre um corte e outro de lenha. ''O livro reúne essas pesquisas e o tempo de 15 anos de espera foi consolidado. Pode parecer muito, mas, assim, o solo estará sempre sendo renovado'', disse a engenheira florestal do Serviço Florestal Brasileiro e uma das organizadoras do livro, Maria Auxiliadora Gariglio.
Os estudos também constataram o forte potencial de recuperação da caatinga e a capacidade acelerada de recomposição. Na Amazônia, onde o manejo sustentável já é praticado, os produtores precisam esperar até 30 anos para reutilizar o mesmo solo. ''As árvores de lá são maiores, produzem grandes toras e estacas. Essa é outra vantagem nossa'', ressaltou, lembrando que a produção de lenha e carvão é a principal responsável pelo desmatamento que modificou cerca de 80% do bioma no Nordeste. Um histórico que faz do manejo sustentável uma medida fundamental para a região, que emprega cerca de 700 mil pessoas no corte de madeira.
Gariglio esclareceu que o tipo de uso da caatinga, que costuma ser mais cortada do que queimada, também favorece as espécies. "Os tocos permanecem e isso acelera a recuperação, além de continuar a abrigar as espécies da fauna". A primeira edição do livro, 2 mil exemplares, será distribuída entre entidades de pesquisa e de proteção do meio ambiente. (Fonte: Diário de Pernambuco - Júlia Kacowicz)
[A notícia acima foi divulgada no Blog do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga CERBCAA/PE. Disponível, na íntegra, no endereço: http://comitecaatingape.blogspot.com/]
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